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Roberto Requião: “Minha candidatura deveria ser tratada com respeito” pelo PT

De olho em vaga no Senado que se abrirá caso Sérgio Moro seja cassado, ex-governador do Paraná se queixa de ter sido escanteado pelo partido
28.07.23

Depois de 39 anos no MDB, Roberto Requião migrou para o PT de Lula no ano passado. Agora, passadas as eleições em que Lula ganhou um terceiro mandato como presidente e ele não ganhou seu quarto como governador do Paraná, as rachaduras na relação estão mais aparentes. “Há pluralidade de ideias, mas não no governo do PT”, disse o político a Crusoé. “A frente não tem pluralidade e é um equívoco, porque não tem proposta nacional.”

Hoje uma voz dissonante no partido, o ex-governador e ex-senador nega que esteja sendo preterido simplesmente porque “não pediu nada”, mas reclama do que seria uma falta de espaço. “Depois do processo eleitoral, eu nem fui consultado mais”, ponderou. “Sinto falta de ter um espaço político para colocar minhas ideias, fazer críticas construtivas sobre o que acontece, que nos levem a melhorar as condições de desenvolvimento.”

Requião está, aos 82 anos, planejando continuar na vida pública até pelo menos os 90. Ele busca uma terceira passagem pelo Senado sem, no entanto, precisar esperar 2026: o ex-governador está contando com a cassação do mandato de Sergio Moro (União Brasil-PR), o ex-juiz da Lava Jato que ainda nem foi julgado — mas cuja vaga já é o centro de uma disputa política no estado.

“Hoje a gente tem a impressão de que é inevitável o seu afastamento do Senado”, afirma. “Ele não poderia nem ter sido candidato.”

Leia na Crusoé: Os abutres de Moro

Para disputar a eventual vaga de Moro, Requião precisará vencer resistências internas no partido. Isso inclui o outro nome da sigla interessado no Senado, o da deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann — que parece ter até Janja como cabo eleitoral. O ex-governador diz que se considera o mais viável à vaga.

“Eu entrei no PT para apoiar o Lula, embora esteja insatisfeito com a condução da política econômica do governo federal e com o que estão fazendo com Petrobras e Eletrobras. Tenho a imagem de ter sido três vezes governador e o senador mais votado”, argumentou. “A minha candidatura deveria ser tratada com respeito […]. Questões acabadas como ‘a nossa candidata’ — bem, não é assim que um partido funciona.”

Com as conversas de filiação de Requião se encaminhando com dois partidos, aos poucos uma bomba vai se armando no colo do PT paranaense. Ainda é incerto, no entanto, quem poderá (ou quererá) desarmá-la.

Assista à entrevista completa:

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  1. O Requião não entendeu o recado das últimas eleições. O choro é o vre, mas ainda torço pro Moro conseguir ficar no senado

  2. Realmente , esse elemento não merece ter qualquer cargo. Se o Moro for cassado devido ao trabalho do crime organizado do colarinho branco, o Álvaro Dias deveria ser eleito. Este sim tem integridade .

  3. O PT controla muito bem a seus canalhas e não vai dar asa a cobra podem estar certos ... este capacho jamais terá guarida do digno povo paranaense.

    1. O Paraná com SC e RS iniciará a inevitável secessão do Brasil com o movimento O SUL É O MEU PAÍS que já fundou sua República algo inevitável e fatal, a meu ver mais quatro surgirão e assim o PT destruirá o país e o Nordeste o lixo imundo da nação (sou nordestino) será o país do Lula ... quem sobreviver chorará !!!

  4. Um elemento desagregador por onde passa, destruiu os partidos onde passou deixando rastros de inimizades. Sequencialmente derrotado nas urnas, deveria se recolher aonde o eleitor o deixou. Pelo menos, como esse histórico, vejo com bons olhos que esteja no PT, poderá prestar um bom serviço aos paranaenses.

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