The Workers’ Party TV

Agora, Lula tem planos de internacionalizar a EBC. Em sua live semanal nesta terça-feira (1º), o petista disse ter pedido ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom), Paulo Pimenta, a criação de um canal de televisão estatal internacional.

“Eu brigo com o Pimenta porque eu acho que um país do tamanho do Brasil tem que ter uma TV internacional”, afirmou Lula. “Mas eu acho que, agora, o companheiro Pimenta vai fazer um esforço especial e, se Deus quiser, a gente vai ter uma TV para mostrar a cara do Brasil”, acrescentou.

Segundo Lula, o novo canal não seria para mostrar “debate político”, nem o governo ou Congresso. “É para mostrar simplesmente o Brasil. Mostrar o Brasil como ele é”, disse.

Lula ainda citou como exemplo a TeleSUR, multiestatal controlada pelas ditaduras amigas de Venezuela, Nicarágua e Cuba.

O presidente só se esquece que tal canal já existe: a TV Brasil Internacional é consolidada como um braço da Empresa Brasil de Comunicação. Acessível por satélite ou TV a cabo, é possível acessá-la principalmente em países com com comunidades brasileiras, como os Estados Unidos, Portugal, África e Japão. O conteúdo continua em português, mas não seria impossível usar os alicerces da TV Brasil Internacional para transmitir informações sobre o Brasil em inglês ou outros idiomas.

Lula claramente intende em criar um veículo de propaganda partidária internacional, assim como a TeleSUR pela tríade das ditaduras.

Em junho, o PT apresentou ao Ministério das Comunicações um pedido para ter seus próprios sinais televisivos em território nacional — mesmo que a concessão de sinal de televisão a partidos é controversa. O PSOL, partido alinhado aos petistas, apresentou em 2011 uma ação no STF questionando o uso político de concessões públicas de radiodifusão.

Na ação, o partido pediu que o STF proíba políticos de serem sócios de TVs. A ação mira, principalmente, deputados e senadores. No processo, o PSOL argumenta que o uso político das TVs facilita a “perpetuação no poder” de terminados agentes políticos.

“Ainda que a recepção das informações pelos espectadores possa passar por mediações distintas, é indiscutível que quem controla um canal de radiodifusão (o pólo ativo da comunicação), exerce forte e nítido poder de influenciar a opinião pública”, escreve o partido na ação.