Os milhões da Rouanet para reviver Priscilla, Rainha do Deserto

O Ministério da Cultura autorizou que uma produtora de teatro brasileira faça a captação de 9,999 milhões de reais —a maior parte dela via renúncias fiscais como a Lei Rouanet — para a produção de uma versão nacional do musical “Priscilla, Rainha do Deserto” , um dos primeiros a tratar abertamente sobre a cultura drag e a temática LGBT.

A deliberação foi publicada nesta terça-feira (1º) no Diário Oficial da União e autoriza que a peça busque patrocinadores, que poderão deduzir os quase oito dígitos doados para a produção do musical de seus impostos. A apresentação é espelhada no musical que começou na Austrália em 2006, passou pela Broadway em 2011 e esteve em turnê europeia no ano passado.

O argumento principal é o mesmo do filme australiano de 1994, um clássico do cinema de estrada. Nele, um ator que interpreta uma drag queen, convidado para um show no interior do país, leva outras artistas em seu ônibus por uma viagem por desertos, áreas aborígenes e cidades pequenas, apresentando seu show.

A obra, considerada um marco LGBT na cultura ocidental, abocanhou um surpreendente sucesso internacional, vencendo o Oscar de melhor figurino em 1995