A vingança de Marcelo Odebrecht
O empreiteiro que fez a Lava Jato mudar de patamar conseguiu um troféu: a prisão do cunhado que virou seu arqui-inimigo. Agora, com sua ajuda, a operação pode chegar a segredos que os delatores da Odebrecht nunca contaram -- inclusive sobre o Judiciário
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No auge das negociações do que à época era o maior acordo de colaboração com a Justiça já assinado no mundo, em outubro de 2016, o empresário Emílio Odebrecht alugou uma sala na cobertura do hotel Windsor, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília, onde montou um escritório de crise para gerenciar a assinatura das 77 delações de seus executivos e o acordo de leniência de suas empresas. Enquanto analisava as propostas de penas e os benefícios oferecidos pela Procuradoria-Geral da República e definia os crimes a serem delatados, o patriarca da família dona da maior construtora da América Latina costumava comer sua salada caprese ao lado da filha, Mônica, do genro Maurício Ferro, vice-presidente jurídico do grupo, e de Newton Souza, então presidente da Odebrecht. A 1.400 quilômetros da sala bem arrumada e com buffet à vontade a partir da qual o patriarca guiava o acordo, Marcelo Odebecht, o herdeiro de Emílio, amargava havia mais de um de ano a prisão na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Comendo a quentinha servida pela PF e dividindo cela com outros criminosos, sem nenhuma mordomia como as de seus parentes bem acomodados no hotel da capital federal, Marcelo alimentava um ódio crescente por seus familiares. O motivo, dizem pessoas próximas a ele, era o sentimento de que havia sido abandonado. Afinal, era o único integrante da cúpula do conglomerado empresarial a estar preso e a assumir a maioria dos crimes cometidos pelo grupo criado por seu avô, Norberto Odebrecht.
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Comentários (10)
André
2019-11-03 23:10:43Na França, a família Renault, traidora e colaboracionista dos nazistas, depois da derrota alemã, perdeu a empresa e foram totalmente alijados da mesma, passando-a para outros. O mesmo deveria acontecer c/ todos os empresários ladrões corruptos aqui no Brasil. Imorais, canalhas, sem ética, covardes, não enfrentaram os corruptos e aliaram-se aos mesmos. O Brasil deveria, nestes casos, seguir o exemplo da França.
Romero
2019-09-29 11:02:00Maurício Ferro tomou ferro ! Lugar de bandido é na cadeia.
Romero
2019-09-29 10:59:19Em negócios com o governo e no próprio governo é tudo uma grande festa , regada a milhões dos pagadores de impostos do Brasil.
Walkyria
2019-09-06 22:46:29Ótima reportagem!
Uirá
2019-09-04 18:39:50Para salvar a si e os seus teriam que salvar tb traficantes e assassinos. Não que eles não se disponham a isto, a questão principal é o desgaste que tal coisa exigiria. O combate à corrupção não está só no desmantelamento e na punição, mas tb no custo que é imposto aos corruptos. É necessário aumentar o custo para eles fugirem da cadeia.
Uirá
2019-09-04 18:37:16Mata-se dois coelhos com uma cajadada só, tanto os corruptos quanto facções só podem sustentar suas atividades criminosas se forem capazes de lavar o dinheiro advindo delas. Se todas as informações sobre lavagem de dinheiro, tanto no plano da Lavajato quanto das facções, muito provavelmente haverá diversos elos. Seria uma frente nova contra a qual os BOLIVARIANOS não devem estar preparados e contra a qual teriam ainda mais dificuldade para se colocar contra o avanço das investigações.
Uirá
2019-09-04 18:34:05Aliás, não se trata de olhar os tribunais superiores sob a ótica da corrupção e do Petrolão, mas sob a ótica da lavagem de dinheiro. De certo modo, a Lavajato até hj não foi eficaz para atingir o topo no âmbito legal, com todas as ações já realizadas pela Lavajato e para minar o poder das facções, já parece haver elementos suficientes para que o combate à corrupção possa se dar através da perspectiva do combate à lavagem de dinheiro.
Uirá
2019-09-04 18:31:14Não há nenhum rastro que permita uma união de forças visando se atingir ao mesmo tempo a corrupção e o tráfico de drogas no quesito advogados e escritórios de advocacia? Esta intersecção não poderia ser dar sem os advogados fazendo o meio de campo, poderia até mesmo ser algo fora da Lavajato, focando somente na lavagem de dinheiro de todos os tipos. A base é mais ampla, ampliar o escopo permite que se possa tb aumentar o campo de visão.
Uirá
2019-09-04 18:26:14Pode até parecer falta de foco, mas se a corrupção em nível estatal estiver conectada à criminalidade e à violência, então isto deveria ser revelado o quanto antes, pois a maior parte da sociedade já está ciente de que paga a corrupção do próprio bolso. No entanto, se ficar provado que o custo social da impunidade é pago com o sacrifício de vidas inocentes, então o discurso dos corruptos se tornará mais inócuo ainda.
Uirá
2019-09-04 18:21:45A verticalização do crime traz maior eficiência e segurança, já que a concentração das atividades criminosas permite maior controle, reduzindo as pontas soltas. Mas, a partir do momento que a estrutura se provou efetiva para que o fluxo da corrupção transcorra sem gargalos e empecilhos, pq ela não pode ser aplicada além da corrupção pura e simples? Não há nenhum elo entre a corrupção e atividades criminosas com emprego de violência? Se houver, então ele deveria ter prioridade máxima.