O javanês de Toffoli
Uma das experiências mais dolorosas na vida de um jornalista da área política é tentar traduzir em tempo real as sessões do Supremo Tribunal Federal — especialmente as da atual composição da corte. A maioria se expressa numa língua longinquamente aparentada com o português, costume bárbaro que já foi objeto de um artigo meu publicado...
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Uma das experiências mais dolorosas na vida de um jornalista da área política é tentar traduzir em tempo real as sessões do Supremo Tribunal Federal — especialmente as da atual composição da corte. A maioria se expressa numa língua longinquamente aparentada com o português, costume bárbaro que já foi objeto de um artigo meu publicado na Crusoé, no final do ano passado, sob o título de Como Dizer que o STF é uma Vergonha. Comparei:
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Comentários (10)
Layne
2019-12-11 10:44:13Mário Sabino e Uira,”com a devida vênia”quanta capacidade expressa em palavras que definem quem são e como atuam”os donos da lei” nesta pátria amada por nós,jamais por eles.Parabéns!!
ROGERIO
2019-12-02 16:56:48Mário, ás vezes a mensagem por trás do que você escreve deveria nos causar tristeza. Em geral, causa mesmo. Mas sempre leio seus escritos com um sorriso, porque seu estilo é maravilhoso e incomparável. Você usa uma fina ironia e chama as coisas pelo nome, deixando claros os absurdos do nosso cotidiano aceitos como acontecimentos normais. Não mude, por favor.
Uira
2019-11-29 21:39:59Que língua se fala no Brasil? Teoricamente é o português, então se advogados quiserem utilizar expressões em latim, que façam isto entre si, mas no âmbito do judiciário qq expressão em latim deveria ser proibida e substituída por aquilo que ela efetivamente expressa em termos jurídicos. O lugar do latim é no mundo da teoria, não no da práxis. Fala-se tanto em exclusão e desigualdade. Impedir que o cidadão conheça o teor das leis e das decisões não é excludente e parcial?
Uira
2019-11-29 21:36:18Em tempos de Inteligência Artificial, leis deveriam ser escritas não só para seres humanos,mas para máquinas tb entenderem. Uma Constituição deveria ser simplesmente um sistema lógico com instruções que devem atender à determinadas condições e gerar resultados específicos. Leis ordinárias deveriam atender aos critérios estabelecidos nas leis constitucionais e não se sobrepor a elas. Não deveria haver divergência quanto à aplicação de uma lei em função de quem é o réu.
Uira
2019-11-29 21:31:17Não há contradição, a Constituição diz exatamente o contrário do que eu estou dizendo, mas como sou eu que digo o que é que o quê está escrito nela está dizendo, então ela diz o que eu quero. Não há contradição, foi vc que não entendeu.
Uira
2019-11-29 21:25:57Portanto, o juridiquês é só uma extensão de algo mais profundo, um sistema que se retroalimenta de uma relação de poder e dependência que impede ao ANDAR DE BAIXO pensar e agir por conta própria. Se o poder das leis não está nestas, mas em quem as aplica, então o poder não pode estar nas mãos do cidadãos, mas dos GARANTISTAS. O juridiquês é só para disfarçar o ululante: EU SOU A LEI. Portanto, como ser magnânimo. eu me dou ao trabalho de explicar como a Constituição se alinha à minha vontade.
Uira
2019-11-29 21:19:44O verdadeiro pano de fundo é concentrar poder e impedir a autonomia do cidadão, pq se o SISTEMA JUDICIAL funcionasse de forma eficiente, transparente e o mais acessível a todos, então na realidade o poder passaria para as mãos do cidadão e não para a dos ÇÁBIOS. Sem um desnivelamento na magnitude de poder detido por PODEROSOS e o ANDAR DE BAIXO, é impossível que se estabeleça uma relação de PATERNALISMO. Para que haja um BENFEITOR é necessário que haja pelo menos um DESVALIDO.
Uira
2019-11-29 21:08:33No caso dos nossos GARANTISTAS, o juridiquês é este mecanismo que ao mesmo tempo os transforma em ÇÁBIOS, enquanto impede que os TROUXAS IGNORANTES percebam que eles na verdade não tem SABER JURÍDICO algum, não passam de CHARLATÕES e BUFÕES. Se ninguém pode entender o que eles falam, automaticamente ninguém tb pode contestá-los, assim eles logram criar um latifúndio estatal onde podem fazer o que bem quiserem e entenderem.
Uira
2019-11-29 20:58:41Apesar disto, o STF conseguiu fazer o impossível, essencialmente tornou penalmente nula uma das Constituições mais lenientes do mundo. E onde está a falha, aqui ou lá fora? Claro que o problema é o mundo, que tal como a realidade, insiste em destoar da REALIDADE GARANTISTA, onde todo pobre é uma VÍTIMA INOCENTE, mas são os únicos a irem presos. Todo SISTEMA PARASITÁRIO precisa de algum mecanismo que impeça ao HOSPEDEIRO perceber ou se livrar do PARASITA.
Uira
2019-11-29 20:47:05Ela fala de coisas que só existem no papel, mas jamais se concretizam na realidade, é o símbolo do que é o Brasil: uma UTOPIA PARA INGLÊS VER. Nossa Constituição serve para que nos enganemos acreditando naquilo que não somos capazes de alcançar, se encaixando perfeitamente na lenga-lenga de PAÍS DO FUTURO. O defeito não está nela, mas na realidade que se nega a funcionar conforme os idealizadores da Constituição consideravam que ela deveria funcionar.